Não é novidade para nenhum guitarrista que os efeitos sonoros "vanralísticos" e “satrianísticos” só são possíveis se executados em instumentos com sistema de ponte flutuante, popularmente conhecido como Floyd Rose.
Porém, também não é novidade que essas guitarras guardam uma mecânica complexa e delicada, em que qualquer mudança - até mesmo uma simples troca de cordas - pode a alterar regulagem por completo.
Por isso resolvi escrever este texto, repleto de dicas para os fãs dessas guitarras.
Para evitar a perda da regulagem de seu instrumento, o primeiro passo é saber qual o tipo de encordoamento que você deseja.
Sabe-se que a ponte Floyd Rose foi criada pelo lendário guitarrista Eddie Van Halen e seu mecanismo foi projetado para cordas de tensão 0.9. Portanto, este jogo de cordas propicia a medida ideal de conforto destes tipos de guitarras, principalmente no que diz respeito ao uso da alavanca.
Mas isso não quer dizer que os proprietários de guitarras flutuantes não possam se aventurar em cordas mais pesadas.
Já tive clientes que me pediram para instalar cordas 0.10 e até 0.11 em instrumentos com Floyd. Nestes casos, o grande entrave é que a alavanca tende a ficar mais dura, pois a tensão das cordas das molas é maior, ou seja, a alavanca tende a ficar mais dura.
Mas, certa vez, um cliente pediu para que eu regulasse uma guitarra floyd rose com uma corda de tensão 0.12, que ele havia colocado há cerca de uma semana, porém, sem sucesso na regulagem.
Verifiquei que os parafusos que sustentam as molas estavam espanando devido à pressão. Os dois pivôs que sustentam a ponte, pela enorme tensão, estavam completamente inclinados para a frente. Conclusão: o jogo 0.12, destruiu todos os pontos de fixação da mecânica do instrumento e tivemos que fazer enxertos no corpo do instrumento com madeiras mais resistentes - no caso jacarandá -, para resolver o problema.
O fato é que a madeira desta guitarra não deveria ceder. Mas isso ocorreu porque a maioria das fábricas de todo o mundo faz instrumentos com madeiras de custo baixo, porosas, leves, mais fracas e, portanto, menos resistentes à pressão.
O MITO DA AFINAÇÃO PERMANENTE
Quem disser que a floyd rose não desafina jamais, está enganado. Apesar de essas guitarras manterem bem a afinação, elas desafinam sim. E isso é um processo natural a qual todos os instrumentos de cordas são sucetíveis. Nenhum está isento.
Nestas guitarras a desafinação freqüente ocorre em algumas situações: quando as cordas são muito novas (ou velhas), quando as cordas foram instaladas de forma errada, quando as molas perderam seu potencial de tensão, quando os prendedores de cordas estão gastos ou quando partes específicas da madeira do corpo estão cedendo.
Caso o problema ocorra (exceto no caso de cordas novas), o ideal é trocar o jogo - do jeito certo, claro - por outro da mesma tensão. Se o problema persistir, procure o luthier de sua confiança.
ATENÇÃO À AFINAÇÃO
Quando uma Floyd Rose é regulada com uma determinada afinação, jamais altere-a sem antes submeter o instrumento a uma regulagem. Isso porque, ao mudar a afinação, a tensão das cordas é alterada e, conseqüentemente, influenciará também as molas, a ponte e o braço, fazendo com que a guitarra perca a precisão de afinação (ou fique totalmente desafinada) e o conforto durante as digitações. Para saber mais, leia o artigo "Quando a afinação cai..."
TROCA DE CORDASQuando feita corretamente nas guitarras com ponte flutuante, a troca de cordas é essencial para a manutenção da regulagem. Por isso, fizemos um texto especialmente dedicado à troca de cordas.
A CURIOSIDADE MATOU O GATO
Lembre-se que algumas partes da floyd rose nunca devem ser mexidas sem que a pessoa tenha um amplo conhecimento técnico e mecânico do sistema. Por isso, jamais tente ajustar o tensor e as molas do instrumento; caso contrário, além de desregular instrumento, você poderá causar danos praticamente irreversíveis, como por exemplo, a quebra do tensor. Quanto aos pivôs da ponte, prendedores de cordas e microafinadores, é pertinente que todos os músicos tenham intimidade com essas peças.
PONTO DE ESTABILIDADE
Não é porque a guitarra é floyd rose que você, músico, pode sair dando alavancadas para frente e para trás, sem que o instrumento perca a afinação. Isso é uma idéia errônea. Se os virtuoses Steve Vai e Joe Satriani fazem isso é pelo fato de suas guitarras terem sido projetadas especialmente para esta fim, ou seja para agüentar muito tranco. Além disso, esses instrumentistas são exímios profissionais que sabem exatamente o que estão fazendo.
Recordo-me de uma vez em que um garoto de cerca de 17 anos levou uma floyd (Ibanez Coreana) para o mestre Eduardo Ladessa (um dos melhores luthiers do país) regulá-la. O jovem reclamou, dizendo que quando ele usava a alavanca, a guitarra desafinava. O Ladessa afirmou que o problema era o mau uso da alavanca e pediu para que ele voltasse "amanhã".
No dia seguinte, o mestre convidou um ótimo guitarrista, o Caio, para mostrar ao jovem como se usa a alavanca. Ele fez várias firulas, sem que a guitarra sequer desafinasse. No final, o garoto percebeu que, de fato, ele não sabia usar a alavanca, agradeceu ao Ladessa e passou a tomar aulas com o Caio.
(Procure sempre saber a escola e conhecer os trabalhos de seu luthier)
Porém, também não é novidade que essas guitarras guardam uma mecânica complexa e delicada, em que qualquer mudança - até mesmo uma simples troca de cordas - pode a alterar regulagem por completo.
Por isso resolvi escrever este texto, repleto de dicas para os fãs dessas guitarras.
Para evitar a perda da regulagem de seu instrumento, o primeiro passo é saber qual o tipo de encordoamento que você deseja.
Sabe-se que a ponte Floyd Rose foi criada pelo lendário guitarrista Eddie Van Halen e seu mecanismo foi projetado para cordas de tensão 0.9. Portanto, este jogo de cordas propicia a medida ideal de conforto destes tipos de guitarras, principalmente no que diz respeito ao uso da alavanca.
Mas isso não quer dizer que os proprietários de guitarras flutuantes não possam se aventurar em cordas mais pesadas.
Já tive clientes que me pediram para instalar cordas 0.10 e até 0.11 em instrumentos com Floyd. Nestes casos, o grande entrave é que a alavanca tende a ficar mais dura, pois a tensão das cordas das molas é maior, ou seja, a alavanca tende a ficar mais dura.
Mas, certa vez, um cliente pediu para que eu regulasse uma guitarra floyd rose com uma corda de tensão 0.12, que ele havia colocado há cerca de uma semana, porém, sem sucesso na regulagem.
Verifiquei que os parafusos que sustentam as molas estavam espanando devido à pressão. Os dois pivôs que sustentam a ponte, pela enorme tensão, estavam completamente inclinados para a frente. Conclusão: o jogo 0.12, destruiu todos os pontos de fixação da mecânica do instrumento e tivemos que fazer enxertos no corpo do instrumento com madeiras mais resistentes - no caso jacarandá -, para resolver o problema.
O fato é que a madeira desta guitarra não deveria ceder. Mas isso ocorreu porque a maioria das fábricas de todo o mundo faz instrumentos com madeiras de custo baixo, porosas, leves, mais fracas e, portanto, menos resistentes à pressão.
O MITO DA AFINAÇÃO PERMANENTE
Quem disser que a floyd rose não desafina jamais, está enganado. Apesar de essas guitarras manterem bem a afinação, elas desafinam sim. E isso é um processo natural a qual todos os instrumentos de cordas são sucetíveis. Nenhum está isento.
Nestas guitarras a desafinação freqüente ocorre em algumas situações: quando as cordas são muito novas (ou velhas), quando as cordas foram instaladas de forma errada, quando as molas perderam seu potencial de tensão, quando os prendedores de cordas estão gastos ou quando partes específicas da madeira do corpo estão cedendo.
Caso o problema ocorra (exceto no caso de cordas novas), o ideal é trocar o jogo - do jeito certo, claro - por outro da mesma tensão. Se o problema persistir, procure o luthier de sua confiança.
ATENÇÃO À AFINAÇÃO
Quando uma Floyd Rose é regulada com uma determinada afinação, jamais altere-a sem antes submeter o instrumento a uma regulagem. Isso porque, ao mudar a afinação, a tensão das cordas é alterada e, conseqüentemente, influenciará também as molas, a ponte e o braço, fazendo com que a guitarra perca a precisão de afinação (ou fique totalmente desafinada) e o conforto durante as digitações. Para saber mais, leia o artigo "Quando a afinação cai..."
TROCA DE CORDASQuando feita corretamente nas guitarras com ponte flutuante, a troca de cordas é essencial para a manutenção da regulagem. Por isso, fizemos um texto especialmente dedicado à troca de cordas.
A CURIOSIDADE MATOU O GATO
Lembre-se que algumas partes da floyd rose nunca devem ser mexidas sem que a pessoa tenha um amplo conhecimento técnico e mecânico do sistema. Por isso, jamais tente ajustar o tensor e as molas do instrumento; caso contrário, além de desregular instrumento, você poderá causar danos praticamente irreversíveis, como por exemplo, a quebra do tensor. Quanto aos pivôs da ponte, prendedores de cordas e microafinadores, é pertinente que todos os músicos tenham intimidade com essas peças.
PONTO DE ESTABILIDADE
Não é porque a guitarra é floyd rose que você, músico, pode sair dando alavancadas para frente e para trás, sem que o instrumento perca a afinação. Isso é uma idéia errônea. Se os virtuoses Steve Vai e Joe Satriani fazem isso é pelo fato de suas guitarras terem sido projetadas especialmente para esta fim, ou seja para agüentar muito tranco. Além disso, esses instrumentistas são exímios profissionais que sabem exatamente o que estão fazendo.
Recordo-me de uma vez em que um garoto de cerca de 17 anos levou uma floyd (Ibanez Coreana) para o mestre Eduardo Ladessa (um dos melhores luthiers do país) regulá-la. O jovem reclamou, dizendo que quando ele usava a alavanca, a guitarra desafinava. O Ladessa afirmou que o problema era o mau uso da alavanca e pediu para que ele voltasse "amanhã".
No dia seguinte, o mestre convidou um ótimo guitarrista, o Caio, para mostrar ao jovem como se usa a alavanca. Ele fez várias firulas, sem que a guitarra sequer desafinasse. No final, o garoto percebeu que, de fato, ele não sabia usar a alavanca, agradeceu ao Ladessa e passou a tomar aulas com o Caio.
(Procure sempre saber a escola e conhecer os trabalhos de seu luthier)