sábado, 8 de junho de 2013

DICAS PÓS REGULAGEM – PARTE II

No primeiro texto sobre dicas pós-regulagem, abordamos os cuidados que os músicos devem ter para que a regulagem dure mais tempo.

Desta vez apresentamos algumas informações importantes para os músicos que possuem dúvidas sobre este importante serviço que pode modificar um instrumento por completo.
Para facilitar o entendimento, os assuntos foram separados por tópicos.
Uma boa leitura e que seja esclarecedora!


PREPARANDO O INSTRUMENTO PARA O GRANDE EVENTO


Não são poucos os músicos que decidem levar seu instrumento para regular dois dias antes da gravação ou de um grande show.  No afã de ter sua guitarra (baixo ou violão) nos trinques levam o instrumento à oficina de seu luthier e pedem para o profissional dar aquele trato.
Porém a alegria de ter o instrumento no capricho dura pouco. Durante o evento, as  notas desafinam e as cordas produzem um som extremamente metálico.

 Situações como essa não são raras e se repetem com mais freqüência do que se imagina.

Mas afinal, quais medidas os músicos devem adotar para evitar um inconveniente como esse?

 A resposta é simples: evite regulagens e troca de cordas nas vésperas do grande evento.

 O recomendado é que o instrumento seja levado à luteria 15 dias antes do show e retirado sete dias antes da apresentação ou gravação.

 Isso porque após uma regulagem, os instrumentos de cordas ficam susceptíveis a leves alterações estruturais, devido à troca das cordas e à própria regulagem em si.


O INSTRUMENTO FOI REGULADO E DESAFINA COM FREQUÊNCIA

Esta é uma característica muito comum em todos os instrumentos de cordas. Infelizmente, nenhum está a salvo desta desanimadora realidade, nem mesmos quando as melhores cordas são instaladas nos mais caros instrumentos do planeta.

Isso acontece pelo fato de as cordas levarem um certo tempo para se estabilizarem. Para solucionar o problema, basta puxá-las (mas não ao ponto de rompê-las, claro). Também é recomendado tocar por bastante tempo. Assim em dois ou três dias a afinação tornar-se-á mais estável. 


VIOLÕES DE 12 CORDAS E CONTRABAIXOS DE 6 CORDAS

O que estes dois instrumentos tem em comum? Geralmente ambos possuem dois tensores. Por isso a regulagem destes instrumentos requer mais cuidados e atenção, tanto por parte do luthier quanto do músico. Por isso a dica é deixar o profissional trabalhar com calma, pois os dois tensores devem estar em perfeita harmonia.

 Outra dica é tocar o instrumento antes de retirá-lo da oficina. Confira se a distância das cordas agudas está em sintonia com a distância das cordas graves. Confira se o instrumento está confortável e, se necessário, pergunte o que pode ser feito para o instrumento ter uma melhor “pegada”.


TARRAXAS VELHAS

Se depois de uma semana de uso, a afinação de seu instrumento ainda estiver oscilando, provavelmente as tarraxas devem estar com algum problema. Antes de tudo, aperte os parafusos das borboletas das tarraxas. Caso o problema persista, provavelmente as engrenagens devem estar gastas. Neste caso, envie o instrumento novamente ao luthier, e comente a questão. Para saber mais sobre oscilação da afinação, clique aqui.

 Se, de fato, as tarraxas estarem comprometidas, compre peças novas e compatíveis ao seu instrumento e solicite que o luthier faça a substituição.


 AFINAÇÃO DAS OITAVAS

Após a regulagem as oitavas devem estar afinadas. Porém, uma leve alteração na altura das cordas pode afetar a precisão da afinação. Por isso o último detalhe de uma regulagem deve ser a afinação.



terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

ESCOLHA SUA PESTANA


Embora a maioria das pestanas dos instrumentos musicais de cordas seja produzida em plástico, há um amplo leque de materiais que podem garantir maior durabilidade, além de gerar um timbre diferenciado ao instrumento.

Bastante tradicional nos instrumentos industrializados (incluindo até as marcas mais famosas e respeitadas do planeta) a pestana de plástico é adotada pelo seu baixo custo, o que é muito bom para os fabricantes. Porém, para o músico esta está longe de ser a melhor opção.

Esse material é poroso, pouco denso e - em boa parte das vezes – oco. Sua sonoridade é fraca e sua durabilidade, baixa.

Por isso muitos luthiers se negam a confeccionar e instalar pestanas plásticas. No meio profissional o material favorito é o osso de boi, em especial, proveniente de sua canela, pelo fato de ser mais resistente e denso.

O osso, no entanto, não é o único material de boa qualidade utilizado na confecção de pestanas. O grafite garante menos atrito entre a pestana e as cordas, o que contribui com uma afinação mais precisa, principalmente para os músicos que gostam de técnicas como bends e alavancadas.

No mercado há, ainda, pestanas confeccionadas de materiais sintéticos, como o Tusq. Trata-se de um tipo de marfim artificial, impregnado de teflon. De acordo com a fabricante Graphtech, o material é 500% mais lubrificado que o grafite. 

Outros materiais bastante apreciados são o latão, o cobre e o bronze. Ideais para os músicos que curtem funk, essas pestanas deixam as guitarras com um brilho extra e os slaps dos baixos mais definidos.

Para os excêntricos e caprichosos que buscam por uma pestana com alto valor estético, uma boa pedida são as pestanas de madeira, chifre de boi e madrepérola. Mas atenção: cada uma delas possui características muito particulares.

As feitas em madeira proporcionam um timbre mais aveludado. Por isso são mais indicadas para guitarras semi-acústicas e baixos sem trastes. Vale ressaltar que não é qualquer madeira que serve para a confecção de pestanas. Seu corte também precisa ser perfeito para que a peça sustente a tensão das cordas sem se romper.

As de chifres de boi também garantem um som morno e aveludado. Sua vantagem é que, se bem trabalhado, permite que a corda deslize com mais facilidade, de forma similar ao do grafite.

Já as pestanas de madrepérola estão entre que possuem maior valor estético e agregam maior custo. Isso porque a dificuldade de encontrar uma peça única de madrepérola das dimensões adequadas á real. Além disso, moldar esse material é uma tarefa extremamente complexa. Porém, o resultado final é surpreendente.    
 (Procure sempre saber a escola e conhecer os trabalhos de seu luthier)