sábado, 19 de novembro de 2011

QUANDO A AFINAÇÃO CAI...

Incômodo comum dos instrumentos de cordas, a queda da afinação não está apenas relacionada apenas ao desgaste das engrenagens das tarraxas. Por isso, antes de comprar um jogo novo, certifique-se de que o problema é, de fato, este.


Diversos fatores podem contribuir com a falta de precisão e perda de afinação em uma freqüência incomum. Regulagem com o prazo de validade vencido e até cordas colocadas de forma errada estão entre as principais causas.
Nos tópicos abaixo, explicarei as possíveis causas e as respectivas soluções para o problema.

CORDAS NOVAS


Por levarem algum tempo para lacear, as cordas novas podem contribuir para que o instrumento perca a afinação com maior facilidade. Em média, demora cerca de uma semana para elas se acomodarem. A dica é puxá-las com uma certa força. Mas com cuidado, para que elas não rompam!


CORDAS VELHAS


Não é nem necessário dizer que cordas muito velhas interferem na precisão e qualidade da afinação, certo? Portanto, fique atento para o seu prazo de validade.


CORDAS COLOCADAS DE FORMA ERRADA


Há algum tempo, postei um artigo ensinando a forma correta de trocar as cordas. Para quem ainda não leu, clique aqui.


TARRAXAS NÃO BLINDADAS


Muitas tarraxas de violões e guitarras do modelo SG, por exemplo, não são blindadas e, por isso, suas engrenagens oscilam, de um lado para o outro. Para constatar basta notar que este tipo de tarraxas, com o passar do tempo, ficam mais bambas do que as blindadas. Vale dizer que este processo contribui para a deformação dos dentes das peças, que são responsáveis por manter a afinação.
Nestes casos, o recomendável é substituí-las por peças blindadas.

TARRAXAS BLINDADAS


Sem dúvida, estas são bem melhores do que as não blindadas. São mais firmes e levam mais tempo para desgastarem, o que garante uma vida útil mais longa. Porém, para conservá-las por mais tempo,a dica é, com cuidado, remover a sua tampa e aplicar algumas gotas de óleo de máquina nas engrenagens, uma vez ao ano, pelo menos.



PORCAS E PARAFUSOS

Certifique-se de que estas peças estão bem apertadas. Então, há cada seis meses, aperte-as para que as peças das tarraxas não fiquem com folgas.



BLINDAGEM EXTRA

Existe um recurso muito interessante que melhora ainda mais o desempenho e aumenta a vida útil das tarraxas blindadas - mas somente as blindadas. Trata-se da blindagem extra, com cobre ou latão, que alguns luthiers fazem. Este recurso dá um reforço a mais à peça, inibindo sua oscilação. No entanto, ele deve ser feito em jogos de tarraxas novos, pelo fato das engrenagens serem novas e não terem sofrido desgaste e após muito usadas, pouco e quase nada adianta a blindagem extra.


TRASTES GASTOS


Quando muito usados, os trastes apresentam deformações, que os deixam com a superfície chata ou com saliências nos locais onde as cordas são pressionadas. Essas deformações ocasionadas pelo desgaste geralmente afeta a qualidade da afinação do instrumento. Esse assunto inclusive merece um artigo específico. Em breve trataremos essa questão que dá muito pano pra manga!


MEDIDA ERRADA


Apesar de ser raro, as fábricas de violões, guitarra e contrabaixos podem errar as medidas do cavalete e dos canais onde são inseridos os trastes. O resultado desta falha é a falta de precisão da afinação. Mais do que isso, os instrumentos podem não afinar! Quando isso acontece, a única alternativa para solucionar o problema é calcular novamente a posição do cavalete e dos trastes, fazer uma escala nova com as medicas certas e instalar o cavalete no lugar certo – um baita trabalho!

AFINAÇÃO DAS OITAVAS


As oitavas quando desreguladas podem interferir, também, na qualidade da afinação de todo o instrumento. Por isso, mantenha as oitavas sempre em dia. Para quem não sabe afinar, vale clicar aqui.

FALTA DE REGULAGEM

Para que a afinação das oitavas fique precisa, a guitarra deve estar regulada, com o tensor ajustado. Isto porque, quando o braço está empenado, a distância entre um traste e o outro (que deve ser exata) altera-se, fazendo com que a precisão da afinação seja comprometida. Esse problema, no final, dá a impressão de que a guitarra perde afinação, quando, na realidade, as oitavas estão desreguladas pela curvatura do braço e mau posicionamento dos carrinhos da ponte.

DURANTE A AFINAÇÃO


Aí vai uma dica bastante válida a todos os músicos de instrumentos de cordas: ao afinar, sempre termine o processo apertando as tarraxas. Este simples ato pode ajudar, e muito. Isso porque, quando a afinação é concluída no sentido de soltar a corda, elas exercem tensão e ficam mais frouxas e desafinam.


(Procure sempre saber a formação e conhecer os trabalhos de seu luthier)

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

ATIVO OU PASSIVO?

Brincadeiras à parte, essa questão norteia a cabeça de muitos baixistas. Afinal, quando o assunto é contrabaixo, não há como definir qual tipo de sistema é o melhor. Os modelos Jazz Bass e Precision da Fender, por exemplo, são ótimos e com sistema passivo, enquanto os baixos da Warwick possuem um fenomenal ativo desenvolvido pela MEC.

Em compensação, há passivos que quase não manifestam som e ativos que o distorce. Portanto, não existe uma fórmula quando o assunto é optar entre um e outro. É tudo uma questão de gosto e, claro, bom senso.

Mas para não errar na escolha, vale a pena conhecer a diferença entre os dois. Os ativos foram desenvolvidos para solucionar a perda de sinal, o que justifica o pré-amplificador, que gera mais ganho na saída do som, além de possibilidades de equalizar grave, médio, agudo e - se houver um sistema paramétrico – a garantia de conseguir tocar em diferentes timbres.
Além disso, alguns sistemas ativos, como os da Alembic, por exemplo, possibilitam mudanças de timbre.

Uma característica estética bastante peculiar dos ativos é o maior número de botões e a necessidade de uma bateria de 9 volts.

Já os passivos geralmente têm o timbre mais definido, puxam mais médios (dependendo do captador, claro), além de serem mais receptíveis ao som que a madeira do instrumento gera.

Portanto, comprar um contrabaixo pode não ser tão simples quanto parece. O primeiro passo para não errar na escolha, é saber exatamente o tipo de som que você pretende obter.

Caso a sua pretensão seja tocar o bom e velho rock´n´roll, os modelos passivos Jazz Bass e Precision caem como luva. Possuem um som bastante roncado, característico do estilo. Agora, se a sua ideia é tocar samba ou baião, por exemplo, a dica é optar por um baixo de cinco cordas com um bom e potente sistema ativo. Com certeza o seu grave se sobressairá.

CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS PARA CONTRABAIXO

Captadores passivos – Não necessita de bateria para funcionar. O som da madeira exerce maior influência do que nos captadores e sistemas ativos.

Captadores ativos – garantem um ganho por meio de um pré-amplificador que casa a impedância do som das cordas. O sistema não funciona sem a instalação de uma bateria de 9 volts.

Captadores passivos com circuito ativo – Neste esquema o sinal dos captadores passa por um pré-amplificador e equalizador. Em sistemas como este, é possível (e aconselhável) a instalação de uma chave para desligar o sistema ativo, deixando apenas o som dos captadores passivos.

Captadores ativos com circuitos ativos – Conhecido como sistema 18v, pois necessita de uma bateria para os captadores e outra para o sistema.

CUIDADOS ESPECIAIS

Todo circuito elétrico, independentemente de ser ativo ou passivo, merece cuidados especiais. Os ativos, porém, são mais delicados. Por tanto, ao limpá-lo com álcool isopropilico, não se esqueça de desconectar a bateria de alimentação. Casos contrário, o líquido poderá ocasionar um curto circuito, possivelmente fatal para a peça.

Para quem mora no litoral, a dica é deixar na caixa do sistema uma saquinho de sílica para diminuir a umidade e salubridade do ar.

Um abraço e até a próxima!

Procure sempre saber a escola e conhecer o trabalho de seu luthier